sábado, 24 de maio de 2014




ah ! o outro eu
por vezes aparece
não sei de onde,nem como
me afasta da tautologia
 
 
senta-se a meu lado
rouba-me a caneta da mão
rabisca na folha palavras
que eu nunca diria
 
 
firma o ânimo que me falta
liberta segredo meu
será mais atrevido que eu ?
 
 
desprende palavra minha
sentimento inviável
arrima-se ao coração
 

não vás.afinal preciso de ti
volta sempre,pois então !
                                                                   



                                                               ana silvestre







quinta-feira, 27 de março de 2014

ler-me-ás ?

lerás um poema desalinhado
onde as palavras rodopiam
sem saberem onde pousar
recuando ao mais simples olhar ?

amor,paixão,ilusão
esmagados no almofariz da vida.
ou perdidos na refutação
de nosso coração

palavras invocadando imagens
repletas de desilusões
na contingência d'um amor
quiçá perdido

aquele sorriso despótico
que por vezes emanava
dos teus lábios.tudo num poema
que talvez nunca lerás

diz-me
ler-me-ás um dia ?
saberás entender-me ?
se não,calar-me-ei então..

ana silvestre