domingo, 11 de agosto de 2013

auscultarei o sol
ouvirei as queixas
de todos aqueles
que não conseguem sombra
ouvirei o pulsar dos corações foragidos
analisarei a lua com seus luares reflectidos
na folha branca.palavras cansadas
escondidas em colapso sentimental
mas,não perderei o endereço do teu coração
no teu corpo depositarei todos os astros
só as tuas mãos me pensam
só meu olhar te vê
não.não vou entrar em decadência
encontrar-nos-emos para lá da divisória do tempo
fecho os olhos .beijarei teu mundo..
onde está o mapa do amor ?
 
ana silvestre

quarta-feira, 26 de junho de 2013

nasci de novo
quando
anoiteceste comigo
nossos sonhos se fundiram
quando
teus passos
harmonizaram com os meus
quando
nossos olhares
se entenderam no silencio
quando me sorriste
e meu corpo estremeceu
quando
a placidez da alma me disse sim.

ana silvestre


de vez em quando fujo da poesia
lá fora o mundo é outro
as flores secam mais rápido
o vento sopra mais forte
o amor esconde-se
desculpando-se com a falta de tempo
lá fora as palavras da lua são efémeras
as ideias forma-se sem simbolismo
lá fora o teu sorriso espera-me
teu olhar não nega tua existência
cá dentro,sou eu,somos nós
é onde o coração assume a existência
negligenciando a ciência..

ana silvestre
imagem:C.Hassam

sábado, 18 de maio de 2013

 
há dias que voo sem parar
há dias que as asas pesam
e não consigo me encontrar
há dias que nem o silencio
consigo escutar..

ana silvestre


quarta-feira, 15 de maio de 2013

"loucura"

naquela noite
despi-te o luar
que vestias no olhar
dei sombra ao sol
que escondias no regaço
pronto para amar

ah esta loucura
que me faz escrever-te
me faz estremecer
a caneta na palma da mão
perceber que nada é em vão

este amor
qual cavalo selvagem
galopando nos vales
que se quebram nas dunas
perto do mar

não te quero sempre..
quero que me tragas o amor
antes da hora que ameaça
a chegada do amanhã
que tudo não seja mais
que uma esperança vã..

ana silvestre

domingo, 7 de abril de 2013



"sorriso"

empurro o vento nas escarpas da noite

que leve todas as madrugadas sem ti
as estrelas que nunca vi
 


 que leve as luas agoniadas
sem vultos que lhes dêem sombras
que leve o mar
com suas ondas a lacrimejar

que feche o horizonte
onde os destroços já fazem ponte

mas,que fique o sorriso
esse,com o qual sempre me defendi.

ana silvestre

domingo, 31 de março de 2013

 
"amanhãs sem partida"
 

quero despir a minha nudez na retina do teu desejo
quero vestir a minha nudez com palavras que te beijo
 
despir a mulher,vestir a fera adormecida

 despir as horas que se vestem de relógios esquecidos
vestir o teu olhar de prazeres enlouquecidos
 
quero despir-me daquele ser-me que te não é
 
quero vestir-me daquele ser que te habita
vestirmo-nos daquela palavra serena
que em meu corpo fala no meu coração transita
vestir-nos-emos de amanhãs sem partida..
ana silvestre

 

as palavras nascem-me.
já não sei onde esconde-las
ou o que fazer com elas
se as guarde no coração
se as arrume na gaveta
ou se as plante em murmúrio
num derradeiro assalto
ao teu ouvido...
não sei não.

ana silvestre
 
 
cheiro a rosas
hálito a saudade
passos leves
pedras soltas na calçada
encruzilhada
regresso do amor
sem pedras não há chão que resista
erodido jardim ,pólen da ilusão
almas em contramão
escadas sem corrimão
tudo em vão..

a.silvestre


quarta-feira, 20 de março de 2013

 
..e foi nesse dia que ela percebeu
que a solução não era mudar de sapatos
mas sim,de caminho..

a.silvestre

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

 
fosse eu uma gota de água
 lavaria o rosto das palavras
lavaria as horas lentas do relógio
lavaria a bússola que indica
o rumo do teu coração
borraria as reticências
que me assombram
a caneta na palma da mão
apagaria o fogo que atiças
no meu coração
amoleceria a solidez
que embutiste na minha
ilusão..fosse eu..

                                                                       a.silvestre