terça-feira, 20 de outubro de 2015



(o teu poema)

era um poema babélico
sofisma da alma
cincada tentativa de asseverar
meus sentimentos

coração silente
por vezes é o que mais mente
dizem.

coarctaste tua oportunidade
nem deste por isso.
ofereceste-me flores
talves fosse compunção

não.
não te leio mais
abnego teu suposto amor
tua presença.
em ti não tenho mais crença.

subirei o tempo
degrau a degrau
hei-de esquecer-te
encontrarei a paz
em qualquer instante
e fá-lo-ei eterno.

ana silvestre

sábado, 24 de maio de 2014




ah ! o outro eu
por vezes aparece
não sei de onde,nem como
me afasta da tautologia
 
 
senta-se a meu lado
rouba-me a caneta da mão
rabisca na folha palavras
que eu nunca diria
 
 
firma o ânimo que me falta
liberta segredo meu
será mais atrevido que eu ?
 
 
desprende palavra minha
sentimento inviável
arrima-se ao coração
 

não vás.afinal preciso de ti
volta sempre,pois então !
                                                                   



                                                               ana silvestre







quinta-feira, 27 de março de 2014

ler-me-ás ?

lerás um poema desalinhado
onde as palavras rodopiam
sem saberem onde pousar
recuando ao mais simples olhar ?

amor,paixão,ilusão
esmagados no almofariz da vida.
ou perdidos na refutação
de nosso coração

palavras invocadando imagens
repletas de desilusões
na contingência d'um amor
quiçá perdido

aquele sorriso despótico
que por vezes emanava
dos teus lábios.tudo num poema
que talvez nunca lerás

diz-me
ler-me-ás um dia ?
saberás entender-me ?
se não,calar-me-ei então..

ana silvestre

domingo, 11 de agosto de 2013

auscultarei o sol
ouvirei as queixas
de todos aqueles
que não conseguem sombra
ouvirei o pulsar dos corações foragidos
analisarei a lua com seus luares reflectidos
na folha branca.palavras cansadas
escondidas em colapso sentimental
mas,não perderei o endereço do teu coração
no teu corpo depositarei todos os astros
só as tuas mãos me pensam
só meu olhar te vê
não.não vou entrar em decadência
encontrar-nos-emos para lá da divisória do tempo
fecho os olhos .beijarei teu mundo..
onde está o mapa do amor ?
 
ana silvestre

quarta-feira, 26 de junho de 2013

nasci de novo
quando
anoiteceste comigo
nossos sonhos se fundiram
quando
teus passos
harmonizaram com os meus
quando
nossos olhares
se entenderam no silencio
quando me sorriste
e meu corpo estremeceu
quando
a placidez da alma me disse sim.

ana silvestre


de vez em quando fujo da poesia
lá fora o mundo é outro
as flores secam mais rápido
o vento sopra mais forte
o amor esconde-se
desculpando-se com a falta de tempo
lá fora as palavras da lua são efémeras
as ideias forma-se sem simbolismo
lá fora o teu sorriso espera-me
teu olhar não nega tua existência
cá dentro,sou eu,somos nós
é onde o coração assume a existência
negligenciando a ciência..

ana silvestre
imagem:C.Hassam

sábado, 18 de maio de 2013

 
há dias que voo sem parar
há dias que as asas pesam
e não consigo me encontrar
há dias que nem o silencio
consigo escutar..

ana silvestre